quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Aspecto psicológico do desenvolvimento humano III

2.Teorias Psicogenéticas

2.1. CONSTRUTIVISMO: JEAN PIAGET

Jean Piaget estuda o como ocorre o desenvolvimento da inteligência humana. Para ele, o homem é um ser que já nasce com Esquemas Mentais simples (ou seja, os tais são inatos) . Um desses esquemas mentais são os REFLEXOS. A partir de processos de maturação em que há uma interação entre sujeito e objeto, os esquemas mentais simples se tornam complexos.

 Para Piaget, o processo de maturação é o desenvolvimento e como consequência vem a aprendizagem. Esse processo de maturação foi dividido em fases/estágios.



Para Piaget


SENSÓRIO MOTOR

No estágio sensório-motor, que dura do nascimento até aproximadamente o segundo ano de vida, a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos que a rodeiam. Esse estágio é chamado sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais imediatas.
O estágio subdivide-se em até 6 subestágios nos quais o bebê apresenta desde reflexos até uma capacidade representacional do uso de símbolos.
As principais características observáveis durante essa fase, que vai até os dois anos de idade da criança são:
  • a exploração manual e visual do ambiente;
  • a experiência obtida com ações, a imitação;
  • a inteligência prática (através de ações);
  • ações como agarrar, sugar, atirar bater e chutar;
  • a coordenação das ações proporcionam o surgimento do pensamento;
  • a centralização no próprio corpo;
  • a noção de permanência do objeto.
Podemos citar que no Período Sensório-motor a criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca. Ela assimila que: se puxar a toalha da mesa, o pote de bolacha ficará mais próximo dela (conduta do suporte).


PRÉ-OPERACIONAL

O segundo estágio de desenvolvimento considerado por Piaget é o estágio pré-operacional, que coincide com a fase pré-escolar e vai dos dois anos de idade até os sete anos em média.
Nesse período, as características observáveis mais importantes são:
  • inteligência simbólica;
  • o pensamento egocênctrico, intuitivo e mágico;
  • a centralização (apenas um aspecto de determinada situação é considerado);
  • a confusão entre aparência e realidade;
  • ausência da noção de reversibilidade;
  • o raciocínio transdutivo (aplicação de uma mesma explicação a situações parecidas);
  • a característica do animismo (vida a seres inanimados).
De acordo com Pedrosa & Navarro, os cinco aspectos mais importantes do pensamento neste estágio são: Egocentrismo: são incapazes de compreender as coisas de outro ponto de vista que são seja o seu. Tem a tendência de tomar o seu ponto de vista como o único, sem compreender o dos demais por estar centrados em suas ações. Dificuldades de transformação: são incapazes de comprender os processos que implicam em mudança. Seu pensamento é estático, estão sempre no momento presente, não considerando os anteriores, nem antecipando o futuro. Reversibilidade: são incapazes de compreender um processo inverso ao observado. Seu pensamento é irreversível. Centralização: incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situação. São incapazes de globalizar. Não conservação: não são capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora mude seu aspecto ou aparência. No exemplo da figura em massa de modelar, não entenderiam que a quantidade seria a mesma com qualquer formato que assumisse.
Neste estágio os padrões de pensamento sensório-motor variam para um incremento da capacidade de usar símbolos e imagens dos objetos do meio ambiente.
A criança desenvolve, ainda, a linguagem, as imagens mentais e jogos simbólicos, assim como muitas habilidades preceituais e motoras. Apesar disso, o pensamento e a linguagem estão reduzidos, no geral, ao momento presente e a acontecimentos concretos.
Desenvolve atividade de comunicação de tipo informativo e também de controle da conduta dos outros, isto é pede, pergunta, dá ordens..., para provocar as condutas que deseja em outros.
Seu raciocínio é intuitivo, está ligado às suas próprias percepções e às aparências das situações.
Inteligência simbólica ou intuitiva.
Pré-raciocínio lógico. 1 – Inicia imagem mental → memória de reconhecimento dá lugar a memória de evocação (nomes de coisas e pessoas que ela conhece) 2 – Linguagem → criança grava a imagem das coisas com nome → simbolismo linguagem → gestos, linguagem, brincar de faz-de-conta ou jogo simbólico 3 - acontecimentos do pré-operatório:
  • interiorizar a palavra
  • socialização da ação – brinca sozinha mas a dois sem interação
  • desenvolve a intuição – interiorização da ação, antes perceptiva-motora, passa ao plano intuitivo das imagens e experiências mentais.
Outras características:
Intuição – conhecimento que se obtém pela percepção imediata buscada na aparência do objeto.
Imitação diferida – imitação na ausência do objeto imitado. Indica a formação de imagem mental Ludicidade – o não comprometimento com a verdade.
Pensamento egocêntrico – sua percepção como centro. Só entende a relação numa direção (em relação a ela).
ASSIMILAÇÃO DEFORMANTE DA REALIDADE → a criança não pensa o pensamento e sim, brinca com ela.
O pensamento egocêntrico ou intuitivo têm várias características:
  • justaposição – colocar coisas lado a lado sem conexão
  • transdutivo – vai do particular para o particular
  • sincretismo – misturar conceitos de referenciais diferentes
  • ausência de reversibilidade
Animismo, antropomorfismo, artificialismo (natureza toda feita pelo homem) e finalismo (pra que serve?) Ao final do estágio sensório-motor → coordenação de esquemas Ao final do pré-operatório → coordenação de ações

OPERATÓRIO CONCRETO

No estágio operatório concreto, que dura dos 7 aos 11 anos de idade em média, a criança começa a lidar com conceitos como os números e relações. Esse estágio é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de solucionar problemas concretos.
  • Por volta dos 7 anos, o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação torna-se mais estável;
  • Surge a capacidade de fazer análises lógicas;
  • A criança ultrapassa o egocentrismo, ou seja, dá-se um aumento da empatia com os sentimentos e as atitudes dos outros;
  • Mesmo antes deste estágio a criança já é capaz de ordenar uma série de objetos por tamanhos e de comparar dois objetos indicando qual é o maior, mas ainda não é capaz de compreender a propriedade transitiva (A é maior que B, B é maior que C, logo A é maior que C). No início deste estágio a criança já é capaz de compreender a propriedade transitiva, desde que aplicada a objetos concretos que ela tenha visto;
  • Começa a perceber a conservação do volume, da massa, do comprimento, etc.

OPERATÓRIO FORMAL

No estágio operatório formal – desenvolvido a partir dos 12 anos de idade em média – o adolescente começa a raciocinar lógica e sistematicamente. Esse estágio é definido pela habilidade de engajar-se no raciocínio proposicional. As deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objetos concretos.
O pensamento hipotético-dedutivo é o mais importante aspecto apresentado nessa fase de desenvolvimento, pois o ser humano passa a criar hipóteses para tentar explicar e sanar problemas, o foco desvia-se do "é" para o "poderia ser". Quando o adolescente já tem noção do certo e do errado
As bases do pensamento científico aparecem nessa etapa do desenvolvimento.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Aspecto psicológico do desenvolvimento humano II

1-Teorias Psicodinâmicas

1.2. Psicologia Analítica: Carl Gustav Jung



Anterior mesmo ao período em que estava com Freud, Jung começou a desenvolver uma sistema teórico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos Complexos", mais tarde chamando-a de "Psicologia Analítica", como resultado direto de seu contato prático com seus pacientes. O conceito de inconsciente já está bem sedimentado na sólida base psiquiátrica de Jung antes de seu contato pessoal com Freud, mas foi com Freud, real formulador do conceito em termos clínicos, que Jung pôde se basear para aprofundar seus próprios estudos. O contato entre os dois homens foi extremamente rico para ambos, durante o período de parceria entre eles. Aliás, foi Jung quem cunhou o termo e a noção básica de "complexo", que foi adotado por Freud.
Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e de desenhos, Jung passou a se dedicar profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas, chamadas de instintos ("fato" este negado por correntes de ciências humanas, como por exemplo em antropologia o culturalismo de Franz Boas ), também é provável que em nosso psiquismo exista um material psíquico com alguma analogia com os instintos.

Aspecto psicológico do desenvolvimento humano

1-Teorias Psicodinâmicas

1-1.Psicanálise : S. Freud


Sobre personalidade Freud diz que há algo no humano que transcende o biológico. O inconsciente é regido pelo prazer e o consciente pela realidade. Freud dividiu o desenvolvimento humano e formação da personalidade em 4 estágios.

1º) Oral: Ao nascer, a criança tem um choque de realidade, tudo pra ela é novo, respirar é algo novo, o barulho também. Logo quando nasce o bebê chora, pois a vontade dela é de voltar para onde estava e quando o coloca sobre a barriga da mãe ele se acalma sentindo o calor materno que o faz lembrar do lugar onde antes estava. Esse é o primeiro contato externo com a mãe, após isso a criança pela primeira vez sente fome e quando a mãe coloca o bico do peito na mucosa bucal da criança ele descobre o prazer e daí começa a querer conhecer o mundo através da boca.

2º) Anal: O objeto de desejo da criança é a mãe nesta fase e por isso sempre quer ela por perto, dando-lhe atenção. A criança percebe que a mãe fica alegre quando ela faz cocô no pinico e faz carinho nela se sempre fizer isso. Ela nota que quando faz cocô a mãe logo aparece para limpá-la, então com essa relação no momento em que a mãe "desaparece" do seu campo visual, pensando que foi abandonado, a criança faz cocô e chora para chamar a atenção e fazer com que a mãe volte rapidamente. Essa é a fase conhecida como fase do controle, em que a criança consegui controlar alguns músculos e ânus para controlar seu objeto de desejo, a mãe.

3º) Fálica: Nessa fase a criança está descobrindo que uns tem "faz pipi" e outros não. O menino percebe que sua mãe não tem o falo e que seu pai tem. O objeto de desejo do menino continua sendo a mãe e como o pai é o "detentor" do seu objeto de desejo, o menino se identifica com o pai como semelhante. Como o seu objeto de desejo já tem "dono", o menino vai à procura de seu próprio objeto de desejo, instaurando assim a Heterossexualidade, quando não se tem tal identificação paternal muitas das vezes pode-se surgir a Homossexualidade. A menina pensa que o falo dela ainda vai crescer e pensa que o da mãe foi cortado, por isso a menino está à procura do falo perdido e como ela sabe que a mãe é "detentora" do falo do pai, ela se identifica com a mãe como semelhante, e vai à procura de seu "próprio" falo (objeto de desejo), dessa forma se instaura a Heterossexualidade feminina. Se não houver essa identificação maternal pode surgir a Homossexualidade feminina.

4º) Genital: O objeto de desejo é o outro, não mais o pai ou a mãe. O menino embrutecido e a menina vaidosa ainda não sabem o que fazer quanto a sexualidade, ficam atordoados com os hormônios em ebulição, é a fase da puberdade, onde mudanças estão ocorrendo no seu corpo e na sua mente, é a fase das descobertas e das tomadas de decisões que vão trazer efeitos para todo resto da vida.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Teoria Psicossocial

Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao fato ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este desenvolvimento evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.
Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio epigenético), sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar.
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.
A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estágios.
Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cunho biológico, individual e social.
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida futura os conflitos. 

Esquema de Desenvolvimento de Erik Erickson

1. Confiança  X  Desconfiança  (até um ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo. 
2. Autonomia  X  Vergonha e Dúvida   (segundo e terceiro ano)
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência. 
3. Iniciativa  X  Culpa (quarto e quinto ano)
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e  intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
4. Construtividade  X  Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)
Neste período a criança está sendo alfabetizada e freqüentando a escola, o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá  maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade. 
5. Identidade  X  Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)
O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática, por  tratar-se de a algo pontual e localizado com pólos positivos e negativos.
6. Intimidade  X  Isolamento (jovem adulto)
Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro. 
7. Produtividade  X  Estagnação  (meia idade)
Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material. 
8. Integridade  X  Desesperança (velhice)
Se o envelhecimento ocorre com  sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a  impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Resumo: Como é o desenvolvimento humano? Quais são as concepções de homem?

O desenvolvimento humano na psicologia é estudado e demonstrado através de teorias desenvolvidas ao longo do tempo. O mesmo é demonstrado por três teorias: As psicodinâmicas que são subdivididas em psicanálise e na psicologia analítica; as psicogenéticas que são subdivididas em construtivismo e sócio-construtivismo; e a teoria psicossocial desenvolvida por Erik Erikson.

As teorias psicodinâmicas acreditam que o desenvolvimento humano é fruto de um amadurecimento interno. Entre as teorias psicodinâmicas está psicanálise, que foi desenvolvida por Sigmund Freud, que dizia que a mente vem da biologia mas não é biológica e é dividida em fases/estágios. As fases são quatro: fase oral, fase anal, fase fálica e fase genital.

Outra teoria psicodinâmica é a psicologia analítica, que foi desenvolvida por Carl Gustav Jung, que é uma teoria teleológica que diz que o desenvolvimento da personalidade não tem um fim, ou seja, não há um amanhecer ou um entardecer da vida.

Além das teorias psicodinâmicas também tem as teorias psicogenéticas, com duas vertentes, o construtivismo de Piaget e o sócio-construtivismo de Vygotsky.

O construtivismo, desenvolvido por Jean Piaget, admite que o homem quando nasce já traz estruturas mentais rudimentares, estas sofrem uma interação com os objetos. Essa interação ocorre através de três fases (sensório motor; pré-operatório e operatório, que se divide em concreto e formal), tornando os esquemas mentais simples em complexos.

A outra teoria psicogenética é o sócio-construtivismo desenvolvido por Lev Semenovch Vygotsky, que traz uma nova concepção de homem. Ele dizia que o homem quando nasce não tem sistema cognitivo, acredita que temos a potencialidade de nos tornar humanos, mas não nascemos como tal, o que nos transforma em ser humanos são os processos psicológicos superiores. Esses processos vêm de fora para dentro, ou seja, sofrem uma internalização da cultura. A imaginação e o pensamento são frutos da internalização da linguagem, por exemplo. Em resumo ele diz que a mente é socialmente construída.

sábado, 28 de agosto de 2010

A PSICOLOGIA E SUAS ESCOLAS

Como já dito anteriormente, durante a fase científica da psicologia surgiram as chamadas "ESCOLAS" .

Duas escolas, a Estruturalista e a Funcionalista atualmente estão em desuso, mas foram as primeiras a aprofundar os métodos introspectivos, de observação e experimentação. O Estruturalismo foi fundado por Edward B. Tuctchner, a partir dos trabalhos de Wundt e o Funcionalismo foi fundado por Harald Hoffding e William James. Dentro do funcionalismo destacou-se também as idéias de Augusto Comte que ficaram conhecidas como Positivismo.

Críticas à psicologia: O objeto de estudo da psicologia é a mente e a mesma não pode ser quantificável e desta forma não pode ser ciência.

Solução: A partir dos estudos de John Watson surgem os antimentalistas que propõem que para que a psicologia seja ciência o objeto de estudo da mesma tem que ser o COMPORTAMENTO EXTERNO e não a MENTE pois o primeiro pode ser observado, ou seja, é estudável e quantificável. Essa escola ficou conhecida como Behaviorismo.

Outra escola ficou conhecida como psicologia da Gestalt  que significa "CONFIGURAÇÃO" em alemão. Entre muitas idéias apresentada por essa escola se destacavam a fenomenologia que afirma que toda consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não é uma substância, mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão, etc), com os quais visa algo. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940), depois de 1910, na Universidade de Frankfurt, criticaram fortemente as idéias de Wilhelm Wundt (1832-1920), considerado o fundador da psicologia moderna e responsável pelo primeiro laboratório de psicologia experimental. Tais pensadores defendiam que o todo é maior do que a soma das partes que o constituem, ou seja, não se pode estudar as partes separadamente pois o resultado desses estudos não será igual ao estudo do todo. Além disso, em uma série de testes Wertheimer demonstrou que pode ser realizada uma ilusão visual de movimento de um determinado objeto estacionário se este for mostrado em uma sucessão rápida de imagens. Assim se consegue uma impressão de continuidade e chamou este movimento percebido em sequência mais rápida de "fenômeno phi".


Os sete fundamentos básicos da Gestalt - muito usado hoje em dia em profissões como design, arquitetura, etc - são:
  • Continuidade
  • Segregação
  • Semelhança
  • Unidade
  • Proximidade
  • Pregnância
  • Fechamento

A Psicanálise foi desenvolvida pelo austríaco Sigmund Freud, médico neurologista vienense nascido em 1856 que se propõe à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente. Em outra postagem falaremos mais detalhadamente sobre a psicanálise.

A Psicologia Cognitiva surgiu nos E.U.A em 1956 com influência da informática. Os psicólogos cognitivos fizeram uma relação entre a psicologia e informática, eles diziam que a mente é constituída por redes neurais que vão processar as informações enviadas pelo cérebro dessa forma pôde-se fazer uma analogia com o computador que executa tarefas de forma análoga as que a mente executa, sendo elas o processamento, o armazenamento (memória de curto e longo prazo) e a transmissão de informações. A linguagem segundo a qual as informações são processadas na mente é o MENTALÊS. Há muita crítica a essa psicologia, principalmente ao que tange a criação de uma Inteligência Artificial.



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dia do Psicólogo

O blog parabeniza todos os profissionais de Psicologia pelo seu dia.



Psicólogo não Adoece, Somatiza

Psicólogo não Transa, Libera a Libido

Psicólogo não Estuda, Sublima
Psicólogo não dá Vexame, Surta

Psicólogo não Fofoca, Transfere

Psicólogo não tem Idéia, Tem Insight

Psicólogo não resolve Problemas, fecha Gestalts

Psicólogo não se Engana, tem Ato Falho

Psicólogo não muda de Interesse, Altera Figura Fundo

Psicólogo não Fala, Verbaliza

Psicólogo não Conversa, Pontua

Psicólogo não Responde, Devolve a Pergunta

Psicólogo não Desabafa, Tem Catarse

Psicólogo não pensa Nisso, Respira Nisso

Psicólogo não é Indiscreto, é Espontâneo

Psicólogo não é Gente, é um Estado de Espírito

Desconheço a autoria
Colaboração do texto: Paula Mariani Francini

Leia mais: O Jeito Psicólogo de Ser http://mensagensepoemas.uol.com.br/profissoes/psicologos/o-jeito-psicologo-de-

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Comentando os textos

Após ler a reprodução de alguns textos que são uma introdução ao estudo da psicologia e a tudo que vimos em nas aulas de psicologia, chegamos as seguintes conclusões:


  • A psicologia é subdividida em duas fases temporais, a fase pré-científica e a fase científica;
  • Durante a fase pré-científica existiram visões diferentes sobre o estudo da mente. Havia a visão cartesiana defendida, por exemplo, por Renné Descartes que afirmava que o homem era um SER dual, ou seja, há uma separação entre corpo e mente onde a Res Extensa é coisa extensa (o corpo) e a Res Cogitans é a coisa pensante (a mente). A visão cartesiana ainda defendia que o corpo interage com a mente através da glândula Pineal e que nessa mente estava toda a Razão. Outra visão sobre a psicologia na fase pré-científica foi a visão empirista que surgiu na Inglaterra e que teve como defensores John Looke, David Hume, George Berklay, James Mill, Jolen Stuart Mill. Para eles o homem quando nasce é igual a uma folha de papel em branco (tábula rasa), o homem só vai conhecer a realidade através da experiência. Mais tarde Imanuel Kant fez um diálogo entre a visão cartesiana e a empirista, desta forma começava a se pensar a psicologia como ciência, no qual a mente seria o objeto de estudo da psicologia como ciência e o método para se estudar a mente seria a introspecção;
  • Nessa fase científica da psicologia que se iniciava surgiram várias "escolas" (já citadas em postagens anteriores) que tinham visões diferenciadas quanto ao estudo da psicologia e do desenvolvimento psicológico humano. 
Na próxima postagem abordaremos de forma mais aprofundada o tema "A PSICOLOGIA E SUAS ESCOLAS"

Psicologia e história

A história da psicologia tem por volta de 2000 anos. É entre os filósofos gregos a primeira tentativa de sintetizar uma forma de Psicologia. A psicologia é definida como o "estudo da alma". A duas linhas básicas uma de idealistas versus materialistas.

Sócrates - razão - teoria da consciência.
Platão - lugar para a razão separação de alma e cabeça.
Aristóteles - alma e corpo - não dissociados estudou diferenças entre: razão, percepção e sensação.

Isso aconteceu 2300 anos antes do advento da psicologia científica.
No Império Romano e na Idade Média há o aparecimento e o desenvolvimento do cristianismo. A psicologia, nessa época, está no estudo religioso.

Santo Agostinho (354-430) -
Cisão entre alma e corpo.
Alma - prova de manifestação divina no homem e sede do pensamento - IMORTAL

São Tomás de Aquino (1225-1274)
Aparecimento do protestantismo e ruptura da Igreja Católica
Distinção entre> essência e existência - busca da perfeição - a busca de Deus.

Renascimento ou Renascença
Descobertas de novas terras - acumulação de riquezas. Valorização do homem.
1543 - Copérnico - o planeta não é o centro do universo
1610 - Galileu estuda a queda dos corpos - surge a física moderna. sistematização do conhecimento científico.
Descartes (1596-1659) separação entre mente e corpo. Origem da psicologia científica.
O capitalismo

Sociedade Feudal X Capitalismo
Sociedade Feudal:produção: subsistência
economia fechada
não havia mobilidade social
sociedade estável
lugar social determinada a partir do nascimento
razão submetida à fé como garantia de centralização do poder.
Capitalismo:
mundo em movimento
produzir mais
novas materias-primas
contratou o trabalho de muitos
que se tornam consumidores das mercadorias produzidas
Universo: em movimento
Homem: ser livre capaz de construir seu futuro
conhecimento torna-se independente da fé.
O mundo se moveu.


Por ultimo o positivismo de August Comte
Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanistmos e o funcionamento da máquina de pensar do homem - o cérebro.



http://pt.shvoong.com/social-sciences/1678126-evolu%C3%A7%C3%A3o-da-ci%C3%AAncia-psicol%C3%B3gica-pr%C3%A9/

PSICOLOGIA - UMA BREVE INTRODUÇÃO


CINCO FORMAS DE SABER...
Em qual delas a Psicologia se encaixa? 
 
O conheciemento, seja qual for sua fonte, pode ser de cinco naturezas :
  • Senso Comum (saber do dia-a-dia, fruto da experiência cotidiana, sem muito rigor. É o saber que norteia a vida comum, a sabedoria popular). O senso comum possui 7 características : é pragmático (está voltado a questões práticas, do dia-a-dia); é imediatista (se dedica a resolver questões do aqui e agora); a-histórico(não reconhece as determinações hístóricas mais amplas que o determinam); fragmentário (falta-lhe coerência interna e criticidade); utilitarista (é verdadeiro o que dá certo); superficial (permanece na aparência dos fenômenos) e constrói saberes por meio de analogias e ultrageneralizações provisórias, baseadas em confiança, fé ou crenças.
  • Filosofia (mais abstrato que o senso comum, este saber tem por característica a reflexão, o questionamento, a crítica ao saberes estabelecidos. A Filosofia, tradicionalmente, aborda 5 temas gerais : estética, ética, política, metafísica e lógica. Tem por objetivo problematizar, criar questões, e sintetizar os saberes num todo coerente, a fim de se obter da inteligência a sabedoria)
  • Ciência (Método de saber que possui critérios e rigor em sua investigação e construção de saberes, propõe-se a responder as perguntas feitas pela Filosofia, e baseia-se em experimentação, na razão, na univocidade de seus conceitos, análise e síntese de conhecimento, replicação de resultados, quantificação,etc. Possui um lado pragmático, as tecnologias que produz para uso do homem; e outro político, que são as implicações dessas tecnoclogias e saberes nas esferas do poder).
  • Espiritualidade (Enquanto a Ciência está baseada na racionalidade, a espiritualidade, ou religião, ou misticismo, está baseada na percepção imediata, isto é, não-mediada pela razão, da realidade. Ou seja, está baseada na intuição. É um saber “do coração”. Da espiritualidade nasce a fé, e crenças que podem dar origens a filosofias de vida, religiões, misticismos, etc).
  • Arte (A arte possui um caráter polívoco. Isto é, sua produção tem múltiplos significados, “fala como muitas vozes”. A arte é uma forma de saber baseada na contemplação, busca, produção e expressão do Belo. A grosso modo, enquanto a Ciência baseia-se na razão, e a espiritualidade na intuição, a arte faz uso principalmente da emoção).
Mas, evidentemente, há formas híbridas de conhecimento. Assim, um texto de Shakespeare, iminentemente artístico, pode também ter um teor espiritual; ou uma filosofia pode fazer uso do senso comum; (bem como muitos poetas são místicos); ou um artigo escrito por Richard Dawkins pode ser científico e possuir um valor estético ou artístico). 
Nenhuma forma de saber é inferior a outra. Entre elas há tão somente uma relação de diferença, não de hierarquia.         
UM POUCO DE EPISTEMOLOGIA CIENTÍFICA... Definindo o que é Ciência. 
Como a Psicologia pretende ser uma Ciência e, como expresso na página anterior, a Ciência é um método ou forma de saber que possui certos critérios e rigores, cabe-nos explicar seu conceito. Para falar, pois, sobre a estrutura de um saber, faz-se uso da Epistemologia, a Filosofia que cria questões sobre o conhecer.
Falando epistemológicamente, toda Ciência só pode ser entendida a partir da compreensão de seus atributos elementares :
  • Histórico (Quando ela surgiu? Em que contexto sócio-histórico? Quais as intenções, os objetivos de seus criadores?)
  • Alvo de estudo (O que ela se propõe a estudar? Sobre o quê ela pretende criar conheciemnto?)
  • Metodológico (Quais os métodos de análise e síntese de conhecimento dela? Quais os critérios observados neste método, e até que nível de rigor?)
  • Instrumental (O que seu praticante usa para trabalhar?)
  • Pragmático (Para que seve esta Ciência? Quais suas contribuições? O que ela está fazendo na prática? Como ela está alterando a realidade?)
  • Político (Quais as consequências dessa Ciência nas esferas do poder e nas instituições sociais?)
Mais a frente nesta postagem (no item “O Que É Psiciologia, Então?”) encontram-se algumas respostas para estas questões no que diz respeito a Psicologia.                 
RAISES FILOSÓFICAS... Como os filósofos influenciaram a Psicologia.  
Muito antes de existir a Psicologia, a Filosofia já se atarefava de investigar (por métodos diferentes) e problematizar questões relativas ao mesmo objeto desta. Sendo a Filosofia uma perpétua fonte de reflexões abstratas, desprovidas do elemento empírico, e de profunda importância para a formação dos saberes, cabe estudar como esta influenciou o aparecimento da Psicologia.
Podemos dividir em duas fases a história da influencia filosófica na Psicologia : uma inteiramento filosófica e outra pré-científica.
 
FASE FILOSÓFICA (VI a.C. – XVI)
 
Subdivide-se em três fases : cosmocêntrica, antropocêntrica e teocêntrica.
 
A fase cosmocêntrica começa na Antiguidade Clássica, com os filósofos pré-socráticos, e suas especulações sobre a natureza da realidade sensível, sobre as origens e atributos do mundo físico. Marcada pelo surgimento de idéias como a do atomismo, que influenciariam escolas modernas de Psicologia. O alvo desta fase é a natureza da realidade física externa, do mundo.
 
A fase antropocêntrica inicia-se com Sócrates, que faz da Filosofia um exercício de questionamento sobre o saber; Platão, que discute a essência da alma, o mundo das idéias, e Aristóteles, que escreve um tratado especulativo sobre temas como personalidade e a percepção, chamado “Sobre as Almas”. Nesta fase, a Filosofia desloca suas perguntas para a natureza da alma, isto é, da totalidade psíquica ou consciência humana; pressupondo esta imortal.
 
Na Idade Média têm-se a fase teocêntrica, baseada na dogmática filosofia escolástica de padres da Igreja Católica como Tomás de Aquino e Santo Agostinho, que fizeram releituras de Aristóteles e Platão, adaptando-os a Sagrada Escritura Judaico-Cristã. A sub-fase teocêntrica da fase filosófica da Psicologia pouco contribuiu para sua formação.          


A PSICOLOGIA MODERNA... Os primeiros passos rumo a se tornar Ciência. 
FASE PRÉ-CIENTÍFICA (XVI – 1879)
Com a Modernidade veio a rejeição ao dogmatismo medieval, a valorização da razão (inspirada nos moldes clássicos gregos), e o nascimento da Ciência. A Psicologia ainda era tratada como um ramo da Filosofia, porém nesta fase recebeu influencias determinantes que a catapultaram para o status de Ciência.
 
Toda essa fase caracteriza-se pela busca da resposta a seguinte questão : “Como se dá o conhecimento? Como é possível ao homem conhecer algo? É realmente possível?”.
 
 
Identifica-se cinco correntes filosóficas modernas que tiveram importância chave para a cientifização da Psicologia. Os métodos e escolas em Psicologia que apareceriam no século seguinte (XX) se inspirariam em uma ou outra destas cinco tendências filosóficas:
 
 1. EMPIRISMO CRÍTICO, (de Descartes, Locke e Kant), que professava a importäncia de um método racional, quantificador e experimental para o estudo dos fenômenos mentais, estipulava a interação entre idéias inatas e aprendizado pela experiência para a formação da mente (termo que substituiu o aristotélico-medieval “alma”).
2. ASSOCIACIONISMO (que teve Darwin, Mill e Spencer, pensadores ingleses, como expoentes) pelo qual o todo consciente da mente era a somatória de idéias simples, que se associavam gerando redes cada vez mais complexas. (Note o atomismo presente). Com Darwin, essa idéia foi acrescida ainda do conceito de evolução.
3. MATERIALISMO CIENTÍFICO. Pelo qual apenas o positivo (isto é, o observável e quantificável) é alvo de estudo científico. Buscava a objetivização do saber. Influenciou pensadores como Marx e Comte.
4. FENOMENOLOGIA. Foi o método de questionamento e investigação intrapsíquica de Husserll, que usava a instrospecção e eliminava dicotomias como objetivo-subjetivo, observador-observado, etc.
5. ROMANTISMO. Trata-se de uma visão humanista, pela qual o homem é o essencialmente bom, sendo estragado pela vida em sociedade, porém conservando uma alma que anseia ser amada e ser livre.Teve como expoente Rousseau, e o seu famoso “Mito do Bom Selvagem”.


        
A ERA DAS ESCOLAS... Gestalt, Behaviorismo, Psicanálise, Desenvolvimentistas, Humanistas
FASE CIENTÍFICA (1879 – atualidade)  
O marco histórico do início da Psicologia Científica foi a criação do primeiro laboratório de Psicologia Experimental do mundo, por Wundt, em 1879, na Alemanha. No início, para emancipar-se da Filosofia, a Psicologia se revestiu da terminologia da Fisiologia. Era a Psicofísica de Fechner, repleta de fórmulas matemáticas para descrever e prever a percepção.
 
Duas abordagens marcam a fase científica da Psicologia. O Estruturalismo, pelo qual busca-se saber o “O Quê?” dos fenômenos mentais, suas estruturas universais e imutáveis, identificando-se com a Anatomia; e o Funcionalismo, que busca o “Como?”, e identifica-se com a Fisiologia.
 
 
Inicia-se a Fase das Escolas, que são como ramos divergentes de uma mesma árvore, que estipulam diferentes métodos, pressupostos e objetos de estudo. Destacam-se quatro : 
    
1.   BEHAVIORISMO
Partindo de pressupostos da Filosofia Positivista, o Behaviorismo se consolida como a primeira escola organizada (posterior a Psicofísica de Wundt), usando parcialmente o método científico (pois não teoriza), e propõe-se a estudar o comportamento humano, partindo de uma visão atomista pela qual o homem é produto e produtor de condicionamentos, e seu comportamento é um emaranhado aprendido de respostas associadas a estímulos ambientais. Estuda tão somente o comportamento observável e quantificável (positivismo). Figura em vários campos de atuação, desde o educacional ao clínico. Tem por criadores e expoentes Watson e Skinner.
2.   PSICANÁLISE
Considerada por muitos não como um escola psicológica, mas como algo a parte de toda a Psicologia. Criada pelo neurologista Sigmund Freud no início do século XX, parte do pressuposto da existência de um compartimento da alma chamado “inconsciente”, que determina a vida psíquica do sujeito, sendo parcialmente acessível. O inconsciente freudiano é de natureza iminentemente sexual, sendo a libido a força motriz da alma. Freud criou teorias como o Complexo de Édipo, as Tópicas da Alma (divisões dessa em inconsciente, pré-consciente e consciente, bem como em ego, id e super-ego) e um método baseado na análise e hermenêutica de sonhos, atos falhos, etc. A psicanálise conta com diversos dissidentes, que alteraram em vários pontos e níveis as idéias de Freud. Dentre os quais se destacam Jung, Adler, Reich, etc. Trata-se de uma escola inerentemente clínica. 
3.   GESTALT
Partindo de um arcobouço de informações sobre a neurofisiologia da percepção(Koehler), e somando-se ao método fenomenológico (de Husserl e Merlau-Ponty) e a pressupostos da filosofia existencialista (Sartre), nasce a Gestalt (palavra em alemão que significa “Configuração”).
4.   DESENVOLVIMENTISTAS
Dois teóricos se destacam neste que, na verdade, é um ramo e não propriamente uma escola psicológica : Piaget e Vygotsky. Os dois tentaram responder, basicamente, as mesmas questoes : “Como se dá o desenvolvimento cognitivo? Qual a relação entre maturação e desenvolvimento? Qual o papel do social neste processo? Como se dá a aprendizagem?”. Partindo de dados neurocientíficos, porém divergindo em pressupostos filosóficos, os dois criaram corpos teóricos que dão a essas perguntas respostas um tanto diferentes. Para muitos psicólogos, Piaget e Vygotsky se complementam, para outros, são inconciliáveis.
5.   HUMANISMO
Considerados por muitos mais uma Filosofia Aplicada, refletiu-se em autores como Carl Rogers, que criaram métodos terapêuticos, pedagógicos e assistenciais baseados na concepção humanista do homem, como sendo este o autor-maior de sua história e destino.

        
A ERA TEMÁTICA... Sendo generalista e especialista ao mesmo tempo.
A primeira parte da fase científica da Psicologia caracterizou-se pela pluralidade de escolas que, partindo de diferentes métodos e pressupostos, criavam respostas constrastantes sobre as mesmas questões. Muito se falou da guerrilhas escolástica presente nas faculdades de Psicologia e da grande confusão epistemológica decorrente.
Muitos historiadores da Ciência e psicólogos estão apontando, porém, que essa era está se findando, e dando lugar a outra, marcada pelo enfoque em temas, e não em escolas. Isso se evidencia pelo surgimento de novos campos de atuação profissional como Psicologia Jurídica, do Trânsito, da Educação, Ambiental, Social, Comunitária, etc. Dessa forma, ocorre uma especialização no tema a ser estudado/trabalhado pelo psicólogo. Escolhido o tema, o psicólogo ganha liberdade para obter saberes sobre este de diversas fontes, (desde a Sociologia, Filosofia, Neurociência, Cibernética, Antropologia, etc; ou mesmo de diversas escolas psicológicas).
A chamada Era Temática combina, então, um profissional especializado e generalista ao mesmo tempo.      
O QUE É PSICOLOGIA, AFINAL?... Concluindo uma definição.
 
Em que forma de saber se enquadra a Psicologia? Por vezes ela tende à Arte (como na Psicologia Analítica de Jung), por vezes ao misticismo (como em seu uso nas terapias alternativas), e ainda á Filosofia (Carl Rogers) e ao Senso Comum (você já assistiu a Silvia Poppovic?).
Algumas de suas escolas são semi-científicas (como o Behaviorismo e a Gestalt), outras não o são (como o Psicanálise), outras se apóiam sobre dados científicos (como os desenvolvimentistas). Cada uma dessas escolas usa métodos diferentes : ora o fenomenológico (Gestalt), ora o semi-científico (Behaviorismo), ora a instrospecção (Humanistas), etc. Cada uma dessas escolas concebe um diferente alvo de estudo da Psicologia : para os behavioristas é o comportamento, para os psicanalistas é alma através do inconsciente, para os Gestaltistas é o homem por meio de sua percepção; para os desenvolvimentistas é a relação desenvolviemento/aprendizagem; etc. 
Mas, se lembrarmos que a Psicologia surgiu de uma Filosofia Moderna que estava inteiramente interessada na questão do conhecimento, (ou seja, de como, por quê e se se conhecesse algo), podemos nos perguntar se não é, afinal, o CONHECIMENTO o alvo de estudo da Psicologia. Assim, cada escola enfocou um aspecto diferente do fenômeno CONHECIMENTO : ora os atos observáveis (Behaviorismo), ora a percepção (Gestalt), ora a imaginação e afetos (Psicanálise), ora a maturação fisiológica e as relações sociais (Piaget e Vygostky). Contudo, todos são aspectos, são partes do fenômeno-maior : o CONHECER.
Dizer que a Psicologia estuda o CONHECER pressupõe que ela estuda tanto o conhecedor quanto o conhecido, quanto o processo em si.
Elucidada a questão do alvo de estudo, resta-nos refletir sobre seu método e pragmatismo. Sob o método, entende-se que deve se tratar do Científico, conforme exposto no primeiro parágrafo. Sob o pragmatismo, tenho a dizer que o objetivo da Psicologia enquanto Ciência e Profissão é compreender e manipular as relações de CONHECER, seja no campo clínico (auto-conhecimento), escolar (didática), social (dinâmicas), experimental, etc; a fim de aumentar a qualidade de vida do homem.        
Texto de Alessandro Vieira dos Reis (alef@hehe.com)