quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Teoria Psicossocial

Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao fato ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este desenvolvimento evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.
Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio epigenético), sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar.
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.
A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estágios.
Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cunho biológico, individual e social.
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida futura os conflitos. 

Esquema de Desenvolvimento de Erik Erickson

1. Confiança  X  Desconfiança  (até um ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo. 
2. Autonomia  X  Vergonha e Dúvida   (segundo e terceiro ano)
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência. 
3. Iniciativa  X  Culpa (quarto e quinto ano)
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e  intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
4. Construtividade  X  Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)
Neste período a criança está sendo alfabetizada e freqüentando a escola, o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá  maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade. 
5. Identidade  X  Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)
O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática, por  tratar-se de a algo pontual e localizado com pólos positivos e negativos.
6. Intimidade  X  Isolamento (jovem adulto)
Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro. 
7. Produtividade  X  Estagnação  (meia idade)
Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material. 
8. Integridade  X  Desesperança (velhice)
Se o envelhecimento ocorre com  sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a  impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Resumo: Como é o desenvolvimento humano? Quais são as concepções de homem?

O desenvolvimento humano na psicologia é estudado e demonstrado através de teorias desenvolvidas ao longo do tempo. O mesmo é demonstrado por três teorias: As psicodinâmicas que são subdivididas em psicanálise e na psicologia analítica; as psicogenéticas que são subdivididas em construtivismo e sócio-construtivismo; e a teoria psicossocial desenvolvida por Erik Erikson.

As teorias psicodinâmicas acreditam que o desenvolvimento humano é fruto de um amadurecimento interno. Entre as teorias psicodinâmicas está psicanálise, que foi desenvolvida por Sigmund Freud, que dizia que a mente vem da biologia mas não é biológica e é dividida em fases/estágios. As fases são quatro: fase oral, fase anal, fase fálica e fase genital.

Outra teoria psicodinâmica é a psicologia analítica, que foi desenvolvida por Carl Gustav Jung, que é uma teoria teleológica que diz que o desenvolvimento da personalidade não tem um fim, ou seja, não há um amanhecer ou um entardecer da vida.

Além das teorias psicodinâmicas também tem as teorias psicogenéticas, com duas vertentes, o construtivismo de Piaget e o sócio-construtivismo de Vygotsky.

O construtivismo, desenvolvido por Jean Piaget, admite que o homem quando nasce já traz estruturas mentais rudimentares, estas sofrem uma interação com os objetos. Essa interação ocorre através de três fases (sensório motor; pré-operatório e operatório, que se divide em concreto e formal), tornando os esquemas mentais simples em complexos.

A outra teoria psicogenética é o sócio-construtivismo desenvolvido por Lev Semenovch Vygotsky, que traz uma nova concepção de homem. Ele dizia que o homem quando nasce não tem sistema cognitivo, acredita que temos a potencialidade de nos tornar humanos, mas não nascemos como tal, o que nos transforma em ser humanos são os processos psicológicos superiores. Esses processos vêm de fora para dentro, ou seja, sofrem uma internalização da cultura. A imaginação e o pensamento são frutos da internalização da linguagem, por exemplo. Em resumo ele diz que a mente é socialmente construída.